Bebidas energéticas fazem mal à saúde?

Na época pré-vestibular ou em festas com os amigos, os jovens constumam tomar energéticos. Será que esse consumo faz mal? Saiba aqui.

Uso costuma aumentar entre os jovens nos períodos de vestibulares e em festas, combinando com o consumo de bebidas alcoólicas. Entenda quais podem ser os efeitos adversos.

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Publicado em: 19 de agosto de 2022

Revisado em: 8 de setembro de 2022

Bebidas energéticas costumam ser popular entre os jovens, e seu consumo quase sempre é feito junto com bebidas alcoólicas. Entenda quais podem ser os efeitos adversos. 

 

Seja para melhorar a concentração ou para diluir em bebidas alcoólicas, o consumo de energéticos é comum. Tão comum que se tornou quase indiscriminado, ignorando os efeitos adversos que a ingestão excessiva pode causar. E quais são eles?

Primeiro, precisamos entender quais são os ingredientes frequentes nas fórmulas das bebidas energéticas. Cafeína, taurina, vitaminas e açúcares são alguns dos itens encontrados. A nutricionista Juliana Crivelini explica um pouco sobre a ação de cada uma dessas substâncias no organismo. 

“A cafeína funciona por ter ação cognitiva, de relaxamento e de disposição, melhorando também a cognição mental, o desempenho físico e a percepção do esforço, além de diminuir a letargia. Já a taurina é um aminoácido que tem a função de aumentar a resistência física. A glucoronolactona, por sua vez, é uma substância à base de glicose que ajuda na eliminação de toxinas exógenas e endógenas e que, em uma atividade física, atua como um desintoxicante, aumentando o desempenho físico e diminuindo a fadiga.”

Em épocas de vestibulares, por exemplo, é comum que o consumo de bebidas energéticas aumente entre os estudantes, que intensificam a carga horária de estudos. Laís Domingues, empreendedora, professora de Inglês e pós-graduanda em Neurociência, conta com a bebida para aguentar a rotina puxada, que, junto com os estudos, chega a consumir de 18 a 20 horas do dia. O líquido faz parte do seu dia a dia há pelo menos 2 anos, mas não foi sua primeira alternativa. 

“Já tentei coisas como suplementos alimentares, guaraná em pó e até mesmo remédios para pessoas com TDAH, como a ritalina. Como alguém da área da saúde, estou ciente do risco de cada um deles e tento me abster dessas coisas sempre que não preciso trabalhar por tantas horas seguidas”, destaca. 

O problema não está no consumo da bebida em si, mas nos efeitos adversos que ela pode provocar quando tomada em excesso ou combinada com outras substâncias. Insônia, ansiedade, dores de cabeça, hiperatividade, eventos cardiovasculares e até convulsões são alguns dos sintomas que podem ser desencadeados. “Os efeitos podem ser ainda mais relevantes em determinadas populações, como menores de 18 anos, gestantes, lactantes, indivíduos sensíveis à cafeína ou com problemas cardiovasculares”, destaca a nutricionista. 

 

Bebidas energéticas e o álcool

De acordo com Juliana Crivelini, o consumo combinado de bebidas alcoólicas e energéticas também pode ser um problema. “Os energéticos mascaram os sintomas da embriaguez, fazendo com que o consumidor ingira maior quantidade de álcool. A metabolização do álcool e do energético é feita de forma competitiva pelo fígado, podendo aumentar o tempo de meia-vida dessas substâncias no organismo, causando intoxicação.”

Isabella Botton, profissional de Recursos Humanos, fazia parte das pessoas que estavam acostumadas a misturar álcool e energético. Ela experimentou a bebida ainda adolescente, aos 14 anos, e desde então se habituou ao consumo. O objetivo sempre foi a busca por mais energia para as festas, para combater a sonolência provocada pelo álcool em algumas situações. A experiência que mudou sua relação com a substância aconteceu há alguns meses, já na fase adulta. Enquanto se arrumava para um evento, tomou uma latinha de energético, como de costume. Ao chegar ao ambiente festivo, consumiu mais energético e álcool. 

“Após algumas horas fui para casa e acordei por volta das 6 da manhã com muitas palpitações, minhas mãos estavam suadas e sentia falta de ar. Pensei estar tendo um ataque cardíaco. Acordei minha mãe e disse que talvez precisasse ir ao médico. Ela ajudou a me acalmar, bebi água e, aos poucos, todo o desconforto foi passando. Consegui voltar a dormir, mas decidi que não tomaria mais energético, já que foi um momento bem assustador”, relembra Isabella. 

 

Afinal, há uma quantidade segura para o consumo de bebidas energéticas? 

Sim, é possível ter uma relação saudável com a bebida e até mesmo substituí-la por itens naturais que ofereçam o benefício do aumento de energia no organismo. Como diz a nutricionista:  

“Cada latinha de energético equivale a cerca de três xícaras de café, bebida que também é rica em cafeína. Por isso, o ideal é que a pessoa consuma de uma a duas latas por dia, no máximo. A estimativa é que uma lata de 250 ml de energético tenha aproximadamente de 80 mg a 90 mg de cafeína (o consumo recomendado para adultos é de até 400 mg por dia). É importante ressaltar que essa recomendação diária engloba o consumo de cafeína total na dieta de um adulto, sendo necessário contabilizar também outros alimentos da sua rotina que contenham cafeína, como chocolates, refrigerantes, chás, dentre outros”, finaliza. 

Veja também: Padrão de consumo de álcool | Entrevista

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