Homens são relapsos em relação à própria saúde

Dados comprovam que, muitas vezes, os homens são relapsos em relação ao próprio bem-estar e delegam a outras pessoas (esposa e familiares) a responsabilidade de cuidar da sua saúde.

Médica conversando com paciente homem.

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Publicado em: 29 de novembro de 2016

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Grande parte dos homens deixa a saúde de lado e não realiza exames periódicos para rastrear e prevenir doenças. 

 

Este ano, com a chegada de novembro – mês de conscientização sobre o câncer de próstata –, decidimos fazer algo diferente. Em vez de insistirmos na importância do exame de toque retal e do PSA, reforçamos a ideia de que o homem precisa ter mais responsabilidade ao cuidar da própria saúde de forma geral.

Dados mostram que eles são mais relapsos que as mulheres em relação ao seu próprio bem-estar e delegam a outras pessoas (mulher e familiares) a responsabilidade de cuidar de si. Segundo levantamento interno do Centro de Referência em Saúde do Homem do Estado de São Paulo, unidade da Secretaria de Estado da Saúde, 60% dos pacientes chegam ao serviço público com câncer de próstata em estágio avançado por falta de prevenção. Esses pacientes consideram constrangedor procurar ajuda quando os sintomas iniciais da doença aparecem.

Quando decidem tomar alguma atitude a respeito, segundo pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), quase sempre (80%) o fazem porque foram influenciados pela família, principalmente pela esposa.

Ibraim Masciarelli Pinto, cardiologista e presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), explica que muitos homens têm um pensamento mágico que os faz se considerar indestrutíveis, a ponto de não precisarem de cuidados médicos. “Alguns homens se sentem infalíveis e tendem a acreditar que doenças representam fraquezas e, por isso, em muitos casos, procuram assistência médica apenas quando a doença já se encontra em estado avançado, tornando a prevenção impossível e limitando as possibilidades de tratamento e de cura.”

 

A campanha

 

Partindo dessa premissa, criamos algumas peças nas redes sociais (veja aqui) que inspiraram reações variadas. Como nosso público é predominantemente feminino (tanto no site quanto nas redes), houve um retorno positivo por parte das mulheres, que relataram casos familiares. Alguns homens, por sua vez, alegaram que a campanha não informava e era infantilizada, mostrando-os em situações de extrema dependência e usando uma linguagem por vezes agressiva.

No entanto, os números revelam que a cada três pessoas que morrem no Brasil, duas são homens. O risco de morte entre os homens é 40% maior que entre as mulheres em todas as faixas etárias.

Eles se habituaram, em geral, a evitar o contato com os espaços de saúde, orgulhando-se da própria invulnerabilidade, e são avessos à prevenção e ao autocuidado. O comportamento contribui para problemas sérios de saúde pública: os homens são as principais vítimas de infarto, AVC, câncer de pulmão, acidentes de trânsito e alcoolismo.

 

Sistema

 

Outros, por sua vez, afirmaram se preocupar com a própria saúde, mas disseram não conseguir ir ao médico porque os serviços públicos demoram muito tempo para marcar uma consulta com um especialista e realizar exames.

Essa alegação faz sentido, pois, infelizmente, uma das queixas da Sociedade Brasileira de Urologia é a dificuldade em se realizar uma biópsia da próstata pelo SUS, o que leva os pacientes a esperar meses até que o diagnóstico seja confirmado. Sem contar que muitos pacientes urológicos precisam aguardar meses ou até anos, muitas vezes usando uma sonda vesical atrelada ao corpo, à espera de uma cirurgia prostática.

Entretanto, também é verdade que há serviços públicos eficientes. Por exemplo, você sabia que no estado de São Paulo há um programa da Secretaria de Saúde que oferece check-up gratuito para homens a partir dos 50 anos de idade, sem necessidade de encaminhamento médico, com foco nas especialidades de cardiologia e urologia?

E para facilitar a adesão ao tratamento, os atendimentos ocorrem aos sábados em 25 AMEs (lista abaixo). Para fazer o check-up, basta ligar para o telefone 0800-779-0000 e fornecer os dados pessoais. O agendamento deve ser feito pelo próprio paciente, por telefone, no mês de seu aniversário.

O atendimento é dividido em pelo menos dois sábados. No primeiro, há avaliações de peso, altura, risco cardíaco e exames laboratoriais. O retorno ocorre no sábado seguinte, para análise dos resultados dos exames. Caso haja alguma alteração, o paciente é encaminhado para mais exames, cujo acompanhamento e tratamento já estão inclusos na rotina de atividades do AME.

Então, reforçamos mais uma vez: os homens devem tomar consciência da importância de cuidar da saúde. Afinal, se você está doente, sofrendo com os sintomas, por que precisa que sua mulher ou mãe implore que procure ajuda?

 

Unidades que integram o programa

 

  • AME Heliópolis (Capital)
  • CRI Norte (Capital)
  • AME Mogi das Cruzes
  • AME Taboão da Serra
  • AME Carapicuíba
  • AME Mauá
  • AME Araçatuba
  • AME Américo Brasiliense
  • AME Santos
  • AME Praia Grande
  • AME Barretos
  • AME Bauru
  • AME Promissão
  • AME Jundiaí
  • AME Franca
  • AME Ourinhos
  • AME Rio Claro
  • AME Presidente Prudente
  • AME São João da Boa Vista
  • AME Mogi-Guaçu
  • AME Votuporanga
  • AME São José do Rio Preto
  • AME Sorocaba
  • AME Caraguatatuba
  • AME Tupã

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