Pressão alta | Artigo

A maioria dos idosos no Brasil tem a doença, que pode resultar em muitas complicações. Dr. Drauzio dá algumas recomendações para quem tem hipertensão.

Médico medindo a pressão arterial de paciente.

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Publicado em: 25 de abril de 2011

Revisado em: 16 de agosto de 2021

A maioria dos idosos no Brasil tem pressão alta, doença que é fator de risco importante para complicações cardiovasculares. Dr. Drauzio dá algumas recomendações para quem tem hipertensão.

 

Depois de certa idade todo mundo sofre de pressão alta. Todo mundo é exagero, mas são muitos. Metade dos brasileiros com mais de 50 anos é hipertensa; proporção que atinge 60% depois dos 60 anos, e que não para de aumentar daí em diante.

Sua ocorrência se tornou tão banal que é comum ouvir: “Minha mãe está ótima, tem só uns probleminhas de pressão”. Probleminhas? Hipertensão é doença traiçoeira, sobrecarrega e hipertrofia a musculatura do coração – especialmente a do ventrículo esquerdo, encarregada de impulsionar o sangue através da aorta, cujo segmento superior é empurrado para cima e para trás. Nas fases finais, a hipertrofia pode ser tão exagerada que os médicos passam a chamá-lo de “coração de boi”.

 

Veja também: Relação entre o sal e a pressão alta

 

Com o passar dos anos, as camadas musculares que contraem e dilatam as pequenas e grandes artérias do organismo se tornam endurecidas: surge a arteriosclerose, que aumenta a probabilidade de doenças cardiovasculares. Cerca de 60% dos ataques cardíacos ocorrem em hipertensos; e 80% dos derrames cerebrais, também.

Além desses eventos dramáticos, a hipertensão mal controlada pode lesar os rins, a retina e as artérias periféricas e levar à insuficiência renal, à perda da visão e a amputações de membros, respectivamente. Por isso, se você ou algum familiar é hipertenso, preste atenção:

  • O coração é uma bomba incansável: em suas câmaras passam 5 a 6 litros de sangue por minuto. Isso mesmo, por minuto;
  • A pressão arterial é consequência da “força” que o sangue faz contra a superfície das paredes internas das artérias para obrigá-lo a circular;
  • A pressão não é constante no decorrer do dia: em repouso ou dormindo, com os vasos relaxados, tende a cair; e a subir, quando fazemos esforço físico, estamos nervosos ou sob estresse;
  • Ao medir a pressão você deve estar sentado, com o aparelho ajustado em seu braço à altura do coração. Não fale. Descanse por 5 a 10 minutos em ambiente calmo antes de efetuar a medida. Você não deve ter realizado esforço nos últimos 60 minutos. Não fume nem ingira alimentos ou bebidas alcoólicas nos 30 minutos que antecederem a medida. Esvazie a bexiga e não cruze as pernas. Se a pressão estiver alta, repita a medida dois ou três minutos depois;
  • É preciso muita cautela antes de rotular uma pessoa como hipertensa;
  • Você terá níveis ideais de pressão, quando a máxima estiver abaixo de 12, e a mínima, abaixo de 8. Estará numa situação limítrofe quando a máxima estiver entre 13,0 e 13,9 ou a mínima entre 8,5 e 9. Será considerado hipertenso quando a máxima atingir 14,0 ou mais ou a mínima atingir ou ultrapassar 9,0;
  • Aumentos de peso e de pressão arterial andam de mãos dadas. As diminuições, também: nos hipertensos, para cada 1 kg perdido a pressão cai em média 0,13 a 0,16 unidades (cm);
  • Muitos acham que aumento da pressão provoca dor de cabeça, tontura, peso na nuca, mas, como nada sentem, passam anos sem medi-la. Está errado, a doença é silenciosa. Só provoca sintomas em fases muito avançadas ou quando ocorre aumento abrupto;
  • Em 90% a 95% dos casos não se consegue descobrir a causa da hipertensão;
  • A doença é mais comum em negros e seus descendentes;
  • O objetivo-alvo do tratamento é manter rigorosamente níveis que não ultrapassem 12 x 8;
  • A melhor forma de controlar a pressão é por meio de mudanças no estilo de vida: manter atividade física diária, evitar a obesidade, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, alimentos gordurosos, doces, sal, reduzir o estresse e, especialmente, deixar de fumar;
  • A prevenção das complicações através do uso de medicamentos anti-hipertensivos foi um dos maiores sucessos da medicina contemporânea;
  • Se puder, escolha um médico atualizado com as inúmeras opções terapêuticas disponíveis;
  • Assuma o controle de sua condição: compre um aparelho para medir a pressão em horários variados;
  • Tome os comprimidos religiosamente nos horários prescritos. Em caso de efeitos colaterais, entre em contato com seu médico, não faça ajuste de doses nem interrompa o tratamento por conta própria;
  • Descontados os casos de hipertensão mais leve, é provável que você tenha de tomar remédio pelo resto da vida. Não fique revoltado, dê graças a Deus por eles existirem.

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