Gordura na dieta | Artigo

Nos últimos 30 anos, a população americana reduziu de 40% para 30% a proporção de calorias ingeridas sob a forma de gordura, justamente o período em que se alastrou pelo país a epidemia de obesidade. Como explicar?

Pote com batatas fritas. Literatura sobre colesterol é controversa

Compartilhar

Publicado em: 25 de novembro de 2013

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Literatura sobre colesterol é controversa; cada vez mais pesquisadores contestam a redução do colesterol como forma de diminuir mortalidade por doenças cardiovasculares.

 

Talvez a razão principal seja a de que a retirada da gordura deixe a comida insossa. Para compensar, as refeições ficaram mais ricas em carboidratos e a indústria acrescentou açúcar aos alimentos.

As evidências apontam os açúcares como fator de risco para a instalação da chamada síndrome metabólica, combinação traiçoeira de hiperglicemia, hipertensão arterial, aumento de triglicérides, diminuição da fração HDL do colesterol e aumento da circunferência abdominal.

Veja também: Controvérsias sobre o colesterol

Em artigo recém-publicado no “British Medical Journal”, Aseem Malhotra, do Croydon University Hospital, faz o seguinte comentário: “Hoje, dois terços das pessoas admitidas em hospitais com o diagnóstico de infarto do miocárdio apresentam a síndrome metabólica. Mas, 75% desses pacientes têm níveis de colesterol total absolutamente normais. Talvez o colesterol não seja o verdadeiro problema”.

O autor prossegue: “Apesar da crença geral de que o colesterol elevado represente fator de risco para doença coronariana, diversos estudos populacionais independentes demonstraram que níveis baixos de colesterol total estão associados ao aumento da mortalidade geral e da mortalidade por eventos cardiovasculares, indicando que colesterol alto não é fator de risco para a população saudável”.

Trouxe esse tema para a coluna de hoje, caro leitor, para ilustrar a reviravolta na literatura sobre o colesterol. Cada vez mais pesquisadores de renome contestam a conduta de reduzir os níveis de colesterol com medicamentos.

A argumentação é consistente: não está demonstrado que essa estratégia faça cair a mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas saudáveis de qualquer idade.

Veja mais

Sair da versão mobile