Covid, as crianças e os adolescentes | Artigo

Estudos ingleses mostraram que o risco de desenvolver formas graves da covid é menor nas crianças e adolescentes, mesmo que sejam portadores de alguns fatores de risco que exijam cuidados especiais. Nenhum dos estudos, porém, se deteve na prevalência da covid longa ou prolongada nessa faixa de idade.

menino faz teste para covid. Mão de enfermeiro colhe PCR de criança

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Publicado em: 20 de agosto de 2021

Revisado em: 20 de agosto de 2021

Crianças e adolescentes em geral apresentam sintomas leves de covid, mas não estão isentos de risco de desenvolverem quadros mais graves.

 

Crianças e adolescentes sofreram menos do que os adultos mais velhos, na pandemia. Nos últimos três meses, vários estudos avaliaram o risco de desenvolver as formas mais graves da doença, na faixa etária abaixo dos 18 anos de idade.

  Veja também: Crianças e adolescentes: por que vaciná-los contra a covid-19?

Na Inglaterra, um levantamento de todas as hospitalizações ocorridas no país, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, revelou a ocorrência de apenas 25 óbitos de pacientes com menos de 18 anos.

Nenhum deles sofria de asma ou diabetes. Mas, a metade dos que foram a óbito apresentava problemas de saúde complexos que exigiam cuidados especiais, como alimentação por sonda nasogástrica ou administração contínua de oxigênio por cateter ou máscara.

Como na Inglaterra existem 12 milhões de pessoas nessa faixa de idade, o risco de morrer de covid para quem não chegou aos 18 anos, foi de 2 em cada 1 milhão de habitantes.

Outro estudo mostrou que, num total de 6.338 internações de pacientes de todas as idades registradas nos hospitais ingleses, apenas 259 pessoas com menos de 18 anos precisaram ser tratadas em UTIs.

Dados obtidos em 57 estudos realizados em 19 países para identificar possíveis fatores de risco para desenvolver as formas graves da covid ou ir a óbito, levaram à conclusão de que condições como obesidade, doenças cardiovasculares ou neurológicas de fato aumentam o risco de morte ou de internação em UTI, mas esse aumento é muito pequeno.

Enquanto as crianças e os adolescentes não forem vacinados, é preciso insistir que usem máscara, lavem as mãos com frequência e evitem aglomerações.

Crianças negras correm mais risco de necessitar de unidades de cuidados intensivos e de desenvolver a chamada síndrome inflamatória multissistêmica, complicação caracterizada por reações inflamatórias que se instalam em diversos órgãos: coração, pulmões, cérebro, pele, olhos e aparelho digestivo.

As principais manifestações clínicas dessa síndrome são: dores abdominais, dor em aperto no peito, confusão mental, diarreia, vômitos, pele acinzentada, vermelhidão no corpo e queda da pressão arterial. A síndrome é muito rara em crianças e mais rara ainda nos adultos.

Nenhum desses estudos avaliou a incidência da chamada covid longa ou prolongada, apresentação na qual sintomas presentes na fase aguda, como cansaço, febre, falta de ar aos pequenos esforços, perda do olfato, perversão do paladar ou dificuldades cognitivas (neblina cerebral), persistem por semanas ou meses.

Em adultos, o risco de covid prolongada aumenta nos casos mais graves, principalmente nos doentes que permaneceram mais tempo intubados e mantidos em ventilação mecânica, mas ocorre também naqueles que apresentaram formas leves da doença. As estimativas são de que, em pelo menos na metade dos adultos, algum sintoma da covid ainda esteja presente depois de um mês da instalação da doença. Faltam estudos sobre a prevalência nas crianças.

Enquanto as crianças e os adolescentes não forem vacinados, é preciso insistir que usem máscara, lavem as mãos com frequência e evitem aglomerações. E, acima de tudo, que os pais deem o exemplo respeitando as mesmas medidas de prevenção, mesmo que estejam vacinados.

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