Adipócitos gordos e magros | Artigo

Tamanho dos adipócitos (células adiposas) interfere na quantidade de gordura armazenada em gordos e magros. Leia mais no artigo do dr. Drauzio.

adipócitos em 3D

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Publicado em: 3 de outubro de 2017

Revisado em: 11 de agosto de 2020

Tamanho dos adipócitos (células adiposas) interferem na quantidade de gordura armazenada em gordos e magros.

 

O número de células do tecido adiposo aumenta gradativamente durante a infância e adolescência, para se tornar estável na vida adulta. Nessa fase, morrem anualmente cerca de 10% dos adipócitos, mortes compensadas pela formação de células novas.

A perda ou ganho de peso está relacionada menos com o número e mais diretamente com o tamanho dos adipócitos, que armazenarão quantidades menores ou maiores de gordura, respectivamente.

Mesmo nos pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, que chegam a emagrecer 40 kg ou mais, o número de adipócitos tende a permanecer constante. Nesses casos, a redução de peso é explicada pela diminuição do tamanho celular e do conteúdo de gordura em seu interior.

 

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Por razões óbvias, a lipossucção reduz o número de adipócitos. Os estudos, no entanto, mostram que depois de um ano o peso perdido é recuperado. Não está claro se o ganho se deve à produção de novos adipócitos ou ao aumento de volume dos que sobraram.

Pessoas obesas e as que engordam rapidamente formam mais adipócitos. O fenômeno oposto não ocorre, no entanto: no emagrecimento, as células que armazenam gordura não morrem, apenas diminuem de tamanho, característica que explica a facilidade para recuperar os quilos perdidos.

Como os adipócitos secretam proteínas e hormônios que interferem com o gasto energético do organismo, é provável que a redução de seu tamanho provoque a liberação de mediadores capazes de aumentar o apetite e facilitar a lipogênese – a síntese de ácidos graxos e triglicérides que serão armazenados no fígado e no tecido adiposo.

A gordura não se acha distribuída pelo corpo de maneira uniforme.

Nos adultos, tende a acumular-se na região da bacia e das coxas, dando à silhueta a forma de pera (mais frequente nas mulheres) ou ao redor da cintura (forma de maçã, mais comum nos homens).

O acúmulo mais perigoso é o que se forma na cintura, porque está associado também a depósitos localizados entre as vísceras (fígado, pâncreas e rins, principalmente), condição que eleva o risco de doenças cardiovasculares, diabetes, refluxo gastroesofágico e apneia do sono, entre outras patologias.

Encontrada em maiores quantidades na infância, a produção de gordura marrom decresce com a idade; sobra pouco dela na vida adulta, localizada na parte superior do tronco e no pescoço.

Geralmente ligado à idade, esse acúmulo excessivo ocorre por fatores genéticos, pela perda da capacidade de formar adipócitos saudáveis nos depósitos subcutâneos de gordura ou pela dificuldade de orientar a deposição de tecido gorduroso de forma homogênea, quando o ganho rápido de peso sobrecarrega o sistema.

A medida do diâmetro da cintura é o parâmetro empregado na clínica para estimar os riscos associados à gordura visceral. A maioria dos autores estima que a cintura dos homens não deve ultrapassar 94 cm; e que a das mulheres deve ficar abaixo de 80 cm.

O risco cardiovascular fica especialmente elevado em mulheres com circunferências acima de 88 cm, e em homens acima de 102 cm.

Estudo recente revelou que a exérese cirúrgica da gordura visceral não melhora as condições metabólicas do indivíduo, objetivo só alcançado através da dieta e da atividade física.

Os exercícios exercem seu efeito benéfico, ao aumentar a capacidade do tecido adiposo em queimar calorias. Pelo menos em parte, essa função é mediada por um hormônio descoberto em 2012, a irisina, presente em sedentários, mas em concentrações bem mais altas naqueles que se exercitam.

Estudos mostram que a irisina, produzida durante as contrações musculares, cai na circulação sanguínea e se distribui pelos diversos tecidos, entre os quais o adiposo. Nele, inicia uma série de processos bioquímicos que transformam gordura branca em gordura de cor marrom, metabolicamente mais ativa, capaz de aumentar o gasto energético.

A cor marrom se deve à presença no interior de suas células de grande número de mitocôndrias, as organelas intracelulares responsáveis pela produção de energia.

Encontrada em maiores quantidades na infância, a produção de gordura marrom decresce com a idade; sobra pouco dela na vida adulta, localizada na parte superior do tronco e no pescoço.

Portanto, leitor, se você deseja perder peso, não há alternativa: aumente a atividade física e pare de comer tudo o que lhe oferecem.

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