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Câncer

Fisioterapia pós-mastectomia: por que é tão importante?

mulher realiza exercício de fisioterapia pós-mastectomia com fisioterapeuta
Publicado em 07/12/2023
Revisado em 27/12/2023

A fisioterapia pós-mastectomia é essencial para prevenção de linfedemas e recuperação dos movimentos dos braços. 

 

A cirurgia de câncer de mama, na maioria das vezes, não fica restrita somente à região dos seios. Ela também pode se estender para a região das axilas e afetar toda a cadeia de linfonodos (gânglios) próxima a essa área. 

Portanto, uma cirurgia desse porte pode afetar os movimentos do braço e dos ombros, limitar o uso da mão e também causar linfedema (acúmulo de linfa – líquido que circula no sistema linfático – devido a retirada dos gânglios linfáticos), uma das complicações mais frequentes após a mastectomia. E além da fisioterapia ser fundamental no pós-operatório, a paciente também pode se beneficiar da prática antes mesmo da cirurgia. “Essas consultas iniciais servem para a avaliação de alterações posturais, nível de condicionamento físico, fortalecimento muscular, além de ensinar técnicas de relaxamento e bem-estar”, explica Renata Félix, fisioterapeuta do Instituto Paulista de Cancerologia (IPC).

Veja também: Mastectomia – Cuidados no pós operatório

 

Fisioterapia pós-mastectomia

No pós-operatório, o objetivo da fisioterapia é controlar a dor, principalmente na região do pescoço, prevenir ou tratar os linfedemas, recuperar a perda de força muscular, manter a amplitude de movimento do membro superior e evitar o encurtamento muscular. 

“Atuamos logo após a cirurgia, ainda no hospital, através de orientações posturais adequadas, movimentos livres ou assistidos e exercícios respiratórios. O braço do lado operado precisa ficar livre e de preferência elevado sobre um travesseiro, não pode deitar sobre ele e a paciente deve fazer movimentos leves, sem ficar estático”, diz Raquel dos Santos Tavarone Campaner, fisioterapeuta pós-graduada em hidroterapia neurológica e ortopédica. 

São necessários alguns cuidados, principalmente nos 30 primeiros dias após a cirurgia.”É importante que a paciente não realize um tracionamento excessivo na área onde foi feita a cirurgia, então é preciso um certo cuidado com o movimento de flexão e abdução de ombros acima de 90 graus. Se houver deiscência da sutura cirúrgica [abertura dos pontos] é preciso esperar a cicatrização. O ideal é uma movimentação de acordo com o limite de cada paciente, de forma confortável, respeitando o limite de dor e evoluindo de forma progressiva”, diz Renata. 

 

Recuperação domiciliar

Nesse período pós-hospitalar, além das sessões individualizadas de fisioterapia, as pacientes são orientadas a realizar exercícios motores e respiratórios em casa para mobilizar o diafragma e fortalecer os membros superiores. É importante salientar que os exercícios respiratórios são muito importantes, pois ajudarão a recuperar a função pulmonar e prevenir complicações respiratórias.

O principal desafio dessa etapa é fazer com que a paciente consiga executar com mais facilidade suas atividades diárias, como se vestir, tomar banho, pentear o cabelo e abotoar o sutiã. 

“Também entramos com exercícios posturais, pois a diminuição do peso devido a retirada da mama favorece a inclinação lateral do tronco. Orientamos também a paciente a fazer uma automassagem, que é uma drenagem linfática que ele mesmo fará no seu corpo e ajudará a prevenir a presença de inchaço no braço“, explica Raquel. 

A paciente também é orientada sobre a posição correta na hora de dormir. O ideal é que ela fique em decúbito dorsal (deitada sobre as costas, com a cabeça levemente acima do nível dos pés, braços e pernas estendidos), com o braço do lado operado em cima de um travesseiro, ou em decúbito lateral (deitada de lado, virada para a esquerda ou para a direita), com o braço do lado operado para cima, abraçando o travesseiro.

Lembre-se: pacientes tratadas pelo SUS, além do mastologista e oncologista, têm direito ao acompanhamento de outros profissionais de saúde, como psicólogo e fisioterapeuta. 

Além disso, o Ministério da Saúde disponibiliza uma cartilha com orientações fisioterapêuticas pós-cirurgia que podem ajudar na recuperação 



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